Mês de Março: CCIFB produz série de entrevistas para refletir sobre aspirações e desafios de mulheres em cargos de liderança

Confira os depoimentos da nossa primeira entrevistada,  Isabelle Kocher, Diretora-executiva global do Grupo ENGIE

 

A CCI França-Brasil acredita que sociedades inclusivas, inovadoras e sustentáveis são construídas através da promoção da diversidade e da equidade, em parceria com todas e todos.

Ao longo do mês de março, propomos celebrar o Dia Internacional das Mulheres com reflexões sobre desafios e oportunidades da liderança de mulheres em prol de transformações que sejam catalisadoras dessas sociedades.

Com base em nossos temas-chave: Inovação, Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade – e no lema da nossa parceira institucional, ONU Mulheres, para a celebração da data em 2019: “Pensemos em igualdade, construção das mudanças com inteligência e inovação” –, entrevistamos mulheres que ocupam cargos de liderança para compartilhar experiências, visões e aspirações.

Confira a primeira entrevista dessa série, com  a  Diretora-executiva global do Grupo ENGIE, Isabelle Kocher, eleita em 2018 pela Revista Forbes como uma das mulheres mais influentes em nível mundial.

Quer acessar a entrevista em inglês? Clique, aqui.

 

1. O tema definido pela ONU Mulheres para o Dia Internacional das Mulheres em 2019 é: “Pensemos em igualdade, construção das mudanças com inteligência e inovação” (« Penser équitablement, bâtir intelligemment, innover pour le changement »). Esse tema dialoga com eixos estratégicos de atuação da CCI França-Brasi: Inovação, Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade. Nesse contexto, qual é o posicionamento da ENGIE em termos de princípios e ações?

Nos últimos 10 anos, a ENGIE tem trabalhado para promover a igualdade de oportunidades para as mulheres dentro de nossa organização, ajudando-as a alcançar e construir seu potencial. Lançamos uma missão dedicada ao tema e uma rede interna chamada Women In Networking. Foram produzidas muitas proposições para a igualdade no local de trabalho, mas também sobre outros temas, que são discutidos no mais alto nível de nossa empresa. Essa é uma ferramenta única para inovação e transformação corporativa.

A diversidade de gênero no local de trabalho é estritamente mensurada, e é uma das métricas não financeiras que disponibilizamos para o público e para os mercados. Hoje, nosso comitê executivo é 30% feminino e solicitei, pessoalmente, que esse marco seja atingido em cada equipe administrativa de nossas 24 unidades de negócio.

Ser proativo na igualdade de gênero fomentou uma nova cultura corporativa, na qual a diversidade é valorizada. O que as mulheres trazem para a nossa empresa não pode mais ser ignorado.

 

2. Quais são os principais desafios, pontos críticos ou gargalos na construção dessas mudanças; e que oportunidades se abrem para a colaboração França-Brasil na promoção de sociedades paritárias, inclusivas e inovadoras, associando setor produtivo e autoridades públicas/institucionais?

Não existe uma maneira simples de alcançar uma efetiva igualdade em nossas sociedades. Precisamos de progresso em casa, na mídia, no setor privado, no governo. Precisamos acostumar nossos olhos a ver mais mulheres no comando, e em papéis não tradicionalmente femininos. Os direitos das mulheres têm uma história diferente na França e no Brasil, e seria sensato saber mais sobre como as respectivas sociedades lidam com isso. Fico feliz que as mulheres de nossa organização, de onde quer que sejam, possam compartilhar suas experiências e ideias através do Women In Networking. Saúdo o empenho governamental em prol de um ambiente de trabalho mais equitável, mas na ENGIE isso já está no nosso DNA.

 

3. Aspirações são projeções de transformação positiva, e atuam como motores de motivação e engajamento. Quais seriam as 3 palavras-chave que escolheria para traduzir suas aspirações nesse Dia Internacional das Mulheres?

Primeiro: Inovação. Nunca é demais. Nosso mundo tem tantos desafios para lidar, especialmente quanto à mudança climática e ao desenvolvimento, que não podemos arcar com os custos de não estar adequadamente à escuta de metade da população. Isso se encaixa perfeitamente no #BalanceforBetter (#EquilibrarparaMelhorar), tema do Dia Internacional das Mulheres deste ano.

Segundo: Compartilhamento. As mulheres precisam compartilhar mais suas experiências. A maioria de nós se predispõe a desviar de obstáculos que teve que superar, vemos isso como parte do trabalho, business as usual, o que não é o caso. Precisamos identificar e confrontar esses obstáculos. Também precisamos compartilhar experiências culturais, e fico feliz que a Câmara de Comércio França-Brasil esteja fazendo isso.

E terceiro: Empoderamento. As mulheres têm que aceitar assumir mais responsabilidades dentro de sua organização. A autocensura é certamente um problema. As mulheres precisam ver que suas habilidades são valorizadas e respeitadas. Apesar do que alguns possam pensar, elas estão totalmente equipadas para escalar os degraus da escada corporativa.

 

 Isabelle Kocher é graduada pela École Normale Supérieure (Ulm) e pela MINES ParisTech, École des Mines de Paris. Possui Mestrado em Óptica Quântica e pós-graduação em Física.

 

(Foto: ENGIE LA COMPANY – LAISNE THOMAS)

 

 

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