O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve atingir um patamar de crescimento da ordem de 1,1% este ano, segundo projeções de grande parte do mercado financeiro. A previsão do PIB para 2019 é de um leve aumento em comparação com o exercício atual, atingindo cerca de 2,5%.
Na visão do economista Octavio de Barros, vice-presidente da CCI França Brasil (SP), trata-se de um crescimento medíocre, com praticamente nenhum avanço no nível econômico, já que a média brasileira dos últimas quatro décadas é de um crescimento da ordem de 2,3% ao ano.
“Na prática, o Brasil vive o conflito entre a agenda econômica do passado inconclusa e a agenda do futuro, que ainda engatinha. Uma das grandes questões a serem enfrentadas na atual realidade brasileira é o fim do protecionismo, dado sobretudo à ineficiência. O País precisa urgente de uma política de produtividade e de reformas, pois, só assim, terá condições de almejar um crescimento de 4% ao ano”, disse o economista.
As declarações foram feitas durante o Observatório Econômico da CCI França Brasil (SP), realizado no dia 30 de agosto, na sede da entidade, em São Paulo. Em uma palestra de duas horas para cerca de 50 empresários franceses e brasileiros, Barros analisou o atual cenário econômico e político no Brasil.
De acordo com as projeções trazidas pelo economista, a indústria brasileira deve crescer cerca de 1,5% este ano. Já o nível de desemprego deve atingir uma queda moderada de 2%, com a inflação dentro da meta, em torno de 4,2% em 2018.
A taxa de câmbio (dólar) deve ficar entre R$ 3,40 e R$ 3,80 num cenário de eleição de um presidente mais moderado. E a Selic terá um pequeno aumento, chegando a 8% este ano. “As exportações e as importações vão continuar num patamar de crescimento e os preços das commodities permanecerão em níveis bastante satisfatórios”, conclui.