Sabe-se que a parceria entre França e Brasil é de longa data. Mesmo diante das dificuldades, como a enfrentada pela pandemia do coronavírus (COVID-19), o sentimento entre os dois países é de união, onde ambos são atuantes em iniciativas em prol ao combate ao novo vírus.
No Brasil, apesar de diversas indústrias dos mais variados portes e segmentos não conseguirem dar continuidade aos negócios em meio à crise, empresários franceses mostram-se otimistas quanto à retomada econômica do país em 2021. É o que conclui a 6ª edição da pesquisa Barômetro, realizada pelo Instituto Ipsos em parceria com a Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB).
A pesquisa, realizada entre 20 de Outubro e 4 de Dezembro de 2020, contou com a participação de 117 respondentes que ocupam cargos estratégicos em empresas francesas e brasileiras associadas à CCIFB.
Segundo a pesquisa Barômetro Ipsos-CCIFB, o Brasil está entre os três países mais importantes no que diz respeito aos países em que as empresas participantes estão presentes.
Quando questionados sobre a importância do Brasil no ranking global, comparado ao último ano de exercício fiscal, apenas 20% mostraram-se otimistas quanto a uma evolução no ranking.
O valor pode ser justificado pela crise global do coronavírus, que levou diversas empresas a reduzirem seus negócios ou, até mesmo, a fecharem suas portas.
Ao analisar o estudo Barômetro, concluiu-se que em 2020 a taxa de desemprego foi agravada pela pandemia. A cotação do dólar americano também aumentou, prejudicando muitos investimentos e transações envolvendo o Brasil
Comparando-se os últimos dois anos, a pesquisa observou que o percentual de empresas que demitiu funcionários (26%) foi maior do que o percentual de admissão (21%).
No entanto, mantendo o otimismo francês e contrastanto com a realidade econômica brasileira, 38% dos empresários franceses acreditam que a quantidade de funcionários de suas empresas irá aumentar e pretendem abrir novas vagas de empregos.
A pesquisa também questionou os empresários franceses associados à CCIFB sobre suas expectativas para fusões e aquisições para os próximos 12 meses.
84% dos entrevistados mostraram-se otimista e apostam na rápida recuperação econômica do Brasil. Porém, apenas 20% possuíam esse cenário-base em 2020.
O estudo ouviu empresários à frente de grandes empresas como Carrefour, Total e BNP Paribas.
A fim de fazer um comparativo entre os dois últimos anos, a pesquisa Barômetro CCIFB solicitou que os respondentes levassem algumas variáveis econômicas em consideração. Entre elas, índice de inflação, taxa de juros, IBOVESPA, inadimplência dos consumidores e inadimplência de empresas.
Entre os dados mais significativos, observou-se que 45% dos empresários franceses entrevistados acreditavam que a taxa de juros seria melhor ou muito melhor.
Além disso, concluiu-se que a inadimplência por parte dos consumidores (77%) e das empresas (80%) seria maior.
De acordo com a pesquisa, o maior receio dos empresários franceses para os próximos 6 meses são a desaceleração da economia brasileira (56%), a não aprovação de reformas estruturais (38%) e a falta de demanda (27%).
Tais razões, por sua vez, podem justificar o fato de a maioria dos franceses estarem cautelosos quanto à fusões e aquisições no país.
Sobre os projetos de reforma de maior importância, foram citados reformas tributárias (84%) e reformas administrativas (62%).
Com uma trajetória de 120 anos, a Câmara de Comércio França-Brasil é a mais antiga câmara de comércio bilateral em atuação no Brasil e a maior câmara francesa da América Latina.
Com mais de 8000 associados e quatro unidades regionais (CCFB-SP, CCIFB-RJ,CCFB-MG e CCIFB-PR) a CCI França-Brasil possui uma ampla rede de atuação, estimulando o desenvolvimento das relações econômicas, financeiras, comerciais, industriais, científicas e culturais entre Brasil e França.
A Câmara Francesa parabeniza o Instituto Ipsos pelo estudo e agradece a parceria de longa data. Além disso, comemora a sólida parceria entre França e Brasil, mesmo diante da pandemia do coronavírus, relembrando que mesmo em meio à crise, empresas francesas não pretendem deixar o país.