Um dos principais desafios das relações franco brasileira para os próximos anos é aumentar o fluxo de comércio entre os dois países. De acordo com Luís Fernando de Andrade Serra, embaixador do Brasil na França, em 1999, o comércio bilateral entre os dois países era de 3 bilhões de dólares, enquanto o comércio do Brasil com a China era de 1,5 bilhão. Passadoduas décadas, o comércio franco brasileiro passou de 3 para 6 bilhões de dólares,enquanto com a China saltou dos 1,5 bilhão para 98,6 bilhões, segundo o embaixador. Para ele, o acordo com a União Europeia é essencial para ampliar as trocas comerciais.
O embaixador Serra participou de live realizada no dia 9 de outubro com os associados da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB-SP). De acordo com Serra, a França é o país investidor mais completo no Brasil, pela diversidade de setores com presença de empresas francesas. O embaixador destacou o novo Marco Legal do Saneamento Básicocomo uma grande oportunidade de atração de investimento francês. Sinalizou o interesse de uma das três gigantes francesas que atuam no segmento interessada no Brasil e no mercado de 100 milhões de brasileiros que não têm acesso à rede de esgoto e à água tratada.
Sobre os desdobramentos das queimadas na Amazônia, o embaixador lembrou que o Brasil possui 40% das florestas tropicais do mundo e que a questão das queimadas tem atingido diferentes países. Ressaltou uma apresentação feita pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) que mostrava uma forte queimada nas florestas do Congo, mas que não teve nenhuma repercussão na mídia.
Serra enfatizou, ainda, que há um desejo efetivo das autoridades de ambos os países em olhar para o futuro e avançar em uma agenda de parcerias. Não à toa, ressaltou que as operações entre os países nunca tiveram paradas e destacou a aquisição da TAG pela Engie e as operações da petroleira francesaTotal nos últimos anos. Entre os desafios, o embaixador apontou a internacionalização de mais empresas brasileiras para a França, a atração de mais investimentos para o Brasil e a ampliação das exportações brasileiras para a França.