Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a produtividade do trabalhador brasileiro recuou 1,7% no segundo semestre de 2019 em relação ao segundo trimestre de 2018. Para vencer esse desafio, as áreas de Recursos Humanos (RH) têm um papel fundamental na construção das empresas do futuro, ou seja, aquelas já adequadas à 4ª Revolução Industrial.
A opinião é da especialista Lina Eiko Nakata, da empresa Great Place to Work. Ela foi a convidada da última reunião conjunta das comissões de Educação Superior e Mundo do Trabalho da Câmara de Comércio Internacional França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP) no dia 19 de novembro. A última reunião da Comissão de Educação Superior abordou a questão do Omnichannel.
Segundo Lina, a 4ª Revolução Industrial já faz as suas vítimas. De 2000 até 2018, 50% das empresas do ranking das 500 maiores da revista Fortune desapareceram. Até 2030, metade das funções atuais no mercado de trabalho terá sido extinta. Mesmo entre as startups, o período médio de sobrevivência é de apenas quatro anos e, entre as grandes empresas de tecnologia – como Airbnb, Uber e Salesforce – os funcionários costumam permanecer por apenas dois anos em média.
O Great Place to Work realizou em conjunto com a Companhia de Talentos uma pesquisa sobre as empresas do futuro, com 254 organizações. As respostas mostraram que boa parte das companhias ainda está no passado. Nada menos do que 68% das corporações consultadas mostraram uma estrutura organizacional conservadora.
Ainda que 87% das empresas invistam em treinamentos, a maior parte dos recursos (37%) vai para cursos técnicos (desenvolver habilidades) e para lideranças (27%). Apenas 20% vai para aspectos comportamentais (soft skills), 13% para cognitivos e 3% para outros tipos.
Lina avisa que o papel do RH estratégico, portanto, é o de conscientizar as lideranças sobre a importância de construir as empresas do futuro, ou seja, aquelas já adequadas à 4ª. Revolução Industrial e, assim, preparadas para enfrentar a transformação digital permanente.