O Brasil tem uma legislação ambiental adequada. Um sistema judiciário atuante no meio ambiente. Um corpo de cientistas com pesquisas e estudos internacionais na área. O País poderia ser líder da implementação da economia da biodiversidade no mundo. Algo que deveria ser levado em consideração na participação brasileira na Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a COP 26.
A opinião é de Fabio Feldmann, especialista em meio ambiente e ex-deputado federal, convidado da mais recente reunião da Comissão de Biodiversidade da Câmara de Comércio Internacional França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP), realizada no dia 20 de outubro de 2021. O último encontro a discutir as questões climáticas foi realizado pela Eurocamaras.
Segundo Feldmann, a precificação de carbono é o grande desafio da COP-26. Afinal, isso poderia criar todo um mercado que incentivaria a transição do modelo energético no mundo. Algo que a Governança Ambiental, Social e Ambiental (ESG, na sigla em inglês) já começou a fazer ao colocar o mercado financeiro alinhado às questões do desenvolvimento sustentável. Todavia, o instrumento não pode ser utilizado apenas para manobras de greenwashing (acobertamento de externalidades) por parte das empresas.
Uma das principais políticas ambientais que deveria ser implementada no Brasil é o mapeamento do ciclo de vida dos produtos. Na opinião de Feldmann, um pacto entre o Governo Federal, os estados, os municípios e as empresas poderia viabilizar a iniciativa que propiciaria dados corretos para a tomada de decisões tanto em nível governamental quanto na esfera dos consumidores.