A cada dois anos, os brasileiros vão às urnas para escolher os seus representantes no poder público. Em outubro deste ano, os eleitores vão votar para Presidente da República, governadores, senadores e deputados. Diante de tamanha instabilidade política e insatisfação de grande parte da população com os governantes, a Comissão de Startups da CCIFB – SP propôs discutir o impacto da tecnologia e das redes sociais nas Eleições de 2018.
O convidado espanhol Antonio Pinedo, CFO do Grupo SIGNE, que desenvolve projetos eleitorais por meio da blockchain, disse que há muita desconfiança dos cidadãos em relação aos processos eleitorais e que para resolver isso, iniciativas privadas e governos de países tidos como mais transparentes optaram por incentivar, oferecer ou impulsionar este tipo de tecnologia. “O objetivo é conquistar ou recuperar a credibilidade do eleitor com o uso de blockchain, que tem três caraterísticas fundamentais: a impossibilidade de alterar, apagar ou hackear a informação, depois de colocada na rede; a possibilidade do eleitor consultar o voto, para ter a garantia de que ele foi computado, e a rapidez na auditoria e divulgação dos resultados”, explica Pinedo.
Outro tema bastante discutido na Comissão foi o uso das redes sociais nesta eleição. “Esse recurso aparece pela primeira vez no Brasil com protagonismo. Em 2014 não teve, antes disso muito menos e agora a gente vê um candidato à Presidência da República construído, erguido e resiliente por conta de sua persona digital”, analisa Lucas de Aragão, consultor político e sócio da Arko Advice.
A rede social virou alternativa de campanha política porque gratuita ou possui um custo muito menor, caso o candidato queira publicar mensagens patrocinadas. Hilário Junior, Social Media Strategist da Agência PT, já atuou em sete campanhas eleitorais e acredita que nos próximos dias haverá um aumento exponencial nesse tipo de mensagem nas redes. “A campanha na internet pode influenciar uma parcela do eleitorado. Na primeira eleição, influenciava de 1% a 2% dos eleitores. Hoje, o número está perto de 30%. Nas próximas, teremos um universo em torno de 40% a 50%”, estima Júnior.
“A publicidade hoje tem nas mãos mais dados do que nunca e eles podem ser usados de forma responsável para algo único, em um momento tão delicado para a política nacional”, ressaltou o economista Luiz Arruda, Sócio da Avantgarde, que informou que os brasileiros já são o segundo público mais engajado da internet e ainda atentou para os perigos das fake news e como elas influenciaram nas eleições americanas.