Entrevistas

Sandrine Ferdane, a primeira mulher no comando da CCIFB-SP

A presidente superou crises diplomáticas e conduziu o início da transformação digital que permitiu a continuidade das atividades durante a pandemia

Entre 2018 e 2020, Sandrine Ferdane fez história ao se tornar a primeira mulher a presidir a Câmara de Comércio e Indústria França-Brasil (CCIFB). Sua gestão coincidiu com um período desafiador nas relações diplomáticas entre Brasil e França, especialmente devido às divergências entre os Palácios do Planalto e do Eliseu. No entanto, foi a pandemia de Covid-19 que trouxe um novo desafio: a necessidade de transformar a forma como a Câmara operava, forçando a digitalização de suas atividades.

A mudança nas operações da CCIFB foi drástica, mas também ofereceu uma oportunidade única de inovação. “A crise nos obrigou a acelerar a digitalização. Sem essa transformação, a Câmara teria que pausar suas atividades, mas conseguimos nos adaptar rapidamente e manter nossa agenda ativa de eventos e interações com nossos associados”, explicou Sandrine, então executiva com carreira em ascensão no BNP Paribas. 

A migração de eventos presenciais para encontros virtuais, webinars e outras iniciativas digitais permitiram a continuidade dos negócios e o engajamento com as empresas associadas. “O processo de digitalização foi imposto pelas circunstâncias, mas se tornou uma das transformações mais importantes da nossa gestão, pois evitou que a Câmara interrompesse suas atividades e, ao contrário, ampliou a sua capacidade de alcance e impacto.”

Além dessa transformação, Sandrine também organizou consultas estratégicas com os membros institucionais, reafirmando a importância das relações econômicas entre Brasil e França, mesmo diante das dificuldades políticas. A CCIFB, que sempre foi um reflexo do sucesso das empresas francesas no Brasil e da abertura do país aos investimentos estrangeiros, viu sua relevância ser ainda mais destacada nesse período de incertezas globais.

Com o aumento de novos investidores, como a China, Sandrine acredita que a Câmara tem um papel ainda mais central a desempenhar nas relações bilaterais. “O Brasil continua a ser um polo de atração para investimentos estrangeiros e a França deve seguir presente nesse processo. A digitalização e a adaptação rápida da Câmara fortaleceram ainda mais nossa capacidade de manter um elo constante entre os dois países”, conclui.

 

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