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Parceria histórica: CCIFB promove encontro de novo embaixador do Brasil na França com associados para tratar de relações entre países

Ricardo Neiva Tavares disse que Brasil pode liderar transição energética; Pedro Antonio Gouvêa Vieira apontou que Brasil tem enorme oportunidade de ser protagonista da discussão sobre o clima e a Amazônia.

O novo embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, participou, na quinta-feira (29/06), de uma live promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB), e liderada pelo presidente da entidade, Pedro Antonio Gouvêa Vieira. De Paris, o diplomata afirmou que as perspectivas para as relações entre os dois países são de fortalecimento e relançamento da parceria estratégica assinada em 2006.

De São Paulo, Pedro Antonio elogiou as credenciais do novo embaixador e ressaltou a história de parceria entre Brasil e França. Mais de 100 associados assistiram a palestra virtual. Os vices-presidentes da CCIFB de São Paulo, Octávio de Barros e Frédéric Donier, também participaram da moderação do evento.

O presidente da Câmara de Comércio lembrou que a entidade, de 123 anos, é exemplo dessa amizade. Ao citar a presença francesa no país, ressaltou que a cooperação permanece viva e com expectativas excelentes: “A França é o maior empregador estrangeiro no Brasil”.

Em sua palestra, Neiva Tavares enalteceu a construção de um diálogo aberto com a CCIFB e com os empresários. A Embaixada do Brasil elabora um plano de ação para a retomada da parceria bilateral e está aberta para sugestões.

As raízes das relações franco-brasileiras, que remontam às missões artísticas enviadas ao Brasil no século 19, foram lembradas, assim como a influência dos ideais franceses. Também foram citados os diversos campos de cooperação entre os países na atualidade e a importância do ‘soft power’ no relacionamento bilateral.

Sinal de relançamento da parceria são os recentes encontros bilaterais entre ministros e autoridades – o presidente Lula se reuniu, no dia 23 de junho, no Palácio do Eliseu, com o presidente Emmanuel Macron.

A França representa 5,1% do total do estoque de investimento estrangeiro direto no país, cerca de US$ 50 bilhões. Aproximadamente 900 empresas francesas têm negócios no Brasil. Neiva Tavares frisou que existe espaço para crescimento e diversificação, inclusive na área de comércio.

O embaixador citou a presença da Embraer no Salon International de l’Aéronautique et de l’Espace, realizado em junho, em Le Bourget. As feiras são mecanismos úteis para promover as relações e as trocas comerciais.

Entre os eventos do tipo está o Fórum Econômico Brasil-França – realizado de forma presencial pela última vez há quatro anos – que agora vai ganhar impulso com o fortalecimento das relações de alto nível.

Em relação aos setores de cooperação, o diplomata apontou defesa, nuclear, saúde, ciência, tecnologia e inovação e energético. A cooperação acadêmica foi lembrada como uma grande alavanca estrutural, especialmente na formação dos recursos humanos de ambos os países. O Embaixador lembrou que estudou na França no início dos anos 80, país onde ocupou o seu primeiro posto diplomático.

Os convidados, por sua vez, ressaltaram a força das companhias francesas no saneamento e as oportunidades na área espacial com as bases de Alcântara e de Kourou, na Guiana Francesa. Segundo o Embaixador, a cooperação no setor agrícola também merecerá uma atenção especial.

A área de transição energética foi citada como um campo no qual o Brasil pode se tornar um líder global, assim como parceiro confiável de fornecimento de energia limpa. Os dois países têm negócios na produção de renováveis – como eólica e solar – mas novas tecnologias estão sendo desenvolvidas, caso do hidrogênio verde.

O setor da saúde também foi destacado, tanto pelo embaixador como pelos associados da CCIFB, como área na qual pode crescer ainda mais o nível de intercâmbio, a exemplo da notável iniciativa da criação do Instituto Pasteur no Brasil com a USP.