Como a diversidade cultural impulsiona o sucesso empresarial global

Evento das Comissões de Comércio Exterior e Mundo do Trabalho abordou como a compreensão das diferenças culturais pode trazer oportunidades para as empresas

Como as diferenças culturais influenciam o sucesso nas relações empresariais globais? Esse foi o tema central do evento "Navegando na Cultura Empresarial Global", promovido pela Comissão Mundo do Trabalho da Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo no dia 23 de outubro. Com a presença de Antoine Faugeres, diretor-executivo da Global Business Culture, e a moderação de Sueli de Freitas Veríssimo, líder da Comissão de Comércio Exterior, e Raquel Busnello, vice-líder da Comissão Mundo do Trabalho, o encontro abordou como empresas de diferentes portes e setores podem se adaptar a uma economia globalizada, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural no ambiente corporativo.

Durante sua apresentação, Faugeres enfatizou a importância de as empresas, independentemente do porte ou setor, saberem lidar com a diversidade cultural e as diferentes formas de comunicação em um cenário globalizado. Ele afirmou que, embora essas diferenças possam representar desafios, também abrem portas para o crescimento das equipes e a expansão dos negócios. Segundo ele, “as variações culturais não afetam apenas o desempenho profissional, mas também enriquecem a experiência pessoal dos colaboradores”.

Faugeres destacou que a inteligência intercultural oferece vários benefícios, como ajudar a entender melhor a própria cultura e reduzir erros e perda de tempo ao facilitar a adaptação entre diferentes pontos de vista. Além disso, melhora a comunicação e a colaboração entre equipes e funcionários de uma empresa, promovendo, sobretudo, a criatividade e a inovação. “Esse efeito é impulsionado pela troca de ideias diversas, diálogos, conversas e experiências”, afirmou.

As diferenças culturais entre países podem impactar significativamente as empresas, especialmente em áreas como comunicação, acesso aos líderes e processo de tomada de decisões. Antoine Faugeres explicou que, em culturas igualitárias, as decisões são mais descentralizadas e os funcionários têm maior liberdade para acessar diferentes níveis hierárquicos. Nesses contextos, os líderes costumam envolver toda a equipe nas decisões, delegar responsabilidades e manter uma comunicação mais direta.

Por outro lado, em culturas hierárquicas, as decisões são mais centralizadas e a comunicação tende a ser mais formal. Nesses países, o líder exerce um papel mais orientador e controlador, alinhando decisões com os gerentes e evitando iniciativas espontâneas dos colaboradores. Faugeres também mencionou a diferença entre sociedades individualistas e coletivistas. Em países individualistas, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Canadá, o foco está na motivação pessoal, independência e autorrealização. Já em países coletivistas, como Brasil, Espanha, China e Arábia Saudita, o bem-estar do grupo e o compromisso com a comunidade e a empresa são prioritários. "Ambas as abordagens refletem formas distintas de trabalhar, e não há um modelo melhor ou pior", ressaltou, destacando que cada cultura tem suas próprias vantagens, dependendo do contexto e dos objetivos da empresa.

Ao longo da discussão, o especialista e os participantes compartilharam exemplos práticos, ilustrando a relevância de integrar as diferenças culturais no ambiente corporativo. Para tirar o máximo proveito dessas diferenças, ele sugeriu que os profissionais se familiarizem tanto com as semelhanças quanto com as particularidades culturais, adaptando suas interações conforme o país e o setor. Ele também destacou a importância da empatia: “colocar-se no lugar do outro é crucial para compreender as expectativas e intenções, com o equilíbrio sendo a chave para o sucesso nas relações interculturais”, concluiu.

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