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Contagem regressiva: webinar da Comissão de Comunicação & Marketing discute oportunidades para empresas com Jogos de Paris

Mesmo não sendo patrocinadores oficiais, companhias podem se envolver com evento, mas é preciso seguir regras e não cometer erros básicos, diz palestrante Eduardo Corch

Faltando apenas oito meses para os Jogos Olímpicos Paris 2024, o que as empresas podem fazer para se envolver com um dos maiores eventos esportivos do mundo? Esse foi o tema de webinar realizado, no dia 31 de outubro, pela Comissão de Comunicação & Marketing da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB).

Mediador da palestra e líder da Comissão, Jean Saghaard disse no início do webinar que, apesar da proximidade dos Jogos, em sua opinião, o assunto olímpico ainda está um pouco “morno”. Por isso, a ideia de trazer um especialista para discutir a questão sob o ponto de vista das empresas e aquecer o tema

O palestrante convidado foi Eduardo Corch, que, com 25 anos de experiência em marketing esportivo, tendo trabalhado em empresas como Adidas e Bridgestone, hoje atua como consultor na área: “Pode parecer distante, mas os Jogos Olímpicos já estão batendo em nossas portas”.

O especialista ressaltou a dimensão da competição, o que gera enorme oportunidade para as empresas não só aumentarem a visibilidade, mas reforçarem suas marcas, gerarem lealdade e passarem uma mensagem para seus consumidores.

Com 19 dias de provas, os Jogos de Paris vão ser realizados entre os dias 26 e 11 de agosto. São 28 esportes e 329 competições, com 10.500 atletas participando, 9,7 milhões de espectadores presentes e audiência de bilhões de pessoas.

“A abertura das Olimpíadas terá algo inédito. A cerimônia será realizada fora do estádio, às margens do Rio Sena, com as delegações cruzando de barco”, afirmou Corch.

Durante a apresentação, o especialista apontou alguns erros cruciais que as companhias não podem cometer em seus projetos de marketing e patrocínio esportivo.

“O mais grave é o programa não estar alinhado com os objetivos, público-alvo e atributos da empresa. Não faria sentido, por exemplo, as Casas Bahia patrocinarem um campeonato de golfe, já que seu público não pratica o esporte”, afirmou.

Outra falha indicada por Corch é reservar orçamento para comprar os direitos de um patrocínio, mas se esquecer de que isso não basta: é preciso ativar uma campanha de marketing para explicar aos consumidores o motivo da empresa estar apoiando determinado atleta, evento ou modalidade.

“Costumo explicar que não ter dinheiro para ativar a campanha é como comprar uma Ferrari e não conseguir pagar pela gasolina. Do que adianta ter o carro se ninguém sabe que estou andando nele?”, questionou o palestrante.

Outros erros comuns são vincular demasiadamente o patrocínio ao desempenho do atleta ou equipe e esperar resultados de curto prazo. “A Coca patrocina os Jogos Olímpicos desde 1928, são quase 100 anos. A Adidas está com a Copa do Mundo desde 1970”, lembrou.

Corch explicou que, no caso das Olimpíadas, existem vários níveis de patrocínio. Quanto maior os valores envolvidos, mais direitos as empresas têm de uso da marca. Somente patrocinadores do evento podem, por exemplo, fazer referência a palavras como ‘Jogos Olímpicos’, assim como utilizar as imagens dos anéis olímpicos.

Por outro lado, mesmo quem não é um patrocinador oficial, pode se envolver com a competição. “As empresas podem patrocinar ou apoiar o Comitê Olímpico Brasileiro, confederações esportivas, como de tênis e judô, por exemplo, e comprar mídia durante os eventos”, disse.

O mais tradicional é o patrocínio de atletas e ex-atletas: “Desde o apoio a uma ginasta como Rebeca Andrade até realizar um workshop com medalhistas como Hortência e Gustavo Borges”.

Corch frisou, entretanto, que os departamentos jurídicos das empresas precisam tomar cuidado para não fazer propaganda ilegal. “Existe uma série de restrições que as companhias devem observar para não serem penalizadas. É justo os patrocinadores oficiais terem alguns direitos exclusivos”, ponderou o especialista.

Perdeu o webinar? Assista o evento na íntegra: