São Paulo

De São Paulo a Paris: caminhos do varejo brasileiro na NRF Europa

Comissões de Comunicação & MKT e de Tec. e Inovação da CCIFB-SP reuniram especialistas para debater inovação e integração internacional

O futuro do varejo brasileiro passa por Paris. Foi o que defenderam especialistas reunidos no evento híbrido “Paris, a Capital do Varejo – NRF na Europa”, realizado pelas Comissões de Comunicação & Marketing e de Tecnologia e Inovação da CCIFB-SP no dia 7 de agosto. A NRF Retail’s Big Show Europe, que estreia em setembro na capital francesa, é uma das maiores feiras globais do setor varejista, reunindo líderes, marcas e especialistas para discutir tendências, tecnologia e inovação. O evento trouxe antecipações das tendências que serão debatidas em Paris, destacando a cidade como referência global no setor varejista. A mediação ficou a cargo de Jean Saghaard, líder da Comissão de Comunicação & Marketing.

Logo no início do debate, Ronald Nossig, CEO da Varejo 180, destacou a necessidade de ampliar referências internacionais para além do repertório local. “O varejo brasileiro é robusto, mas muitas vezes repetimos os mesmos formatos e vozes. Eventos como a NRF Paris nos permitem olhar além, conectar especialistas e repensar modelos de negócio com uma visão mais global”, afirmou. Para ele, o futuro das empresas passa pela capacidade de equilibrar tecnologia e simplicidade operacional, criando condições de escalar negócios sem perder eficiência.

Segundo Nossig, simplificar processos e adotar inteligência artificial de forma cuidadosa são movimentos estratégicos para sustentar o crescimento. “A tecnologia deve ser usada para liberar tempo e energia das equipes, permitindo que o varejo se concentre na experiência do cliente e no fortalecimento das relações humanas”, acrescentou.

O papel do conteúdo na transformação do setor foi o foco da fala de Cesar Tsukuda, diretor-geral da Beauty Fair. Com experiência na organização de feiras segmentadas, ele ressaltou que a inovação vai além da vitrine de produtos. “A NRF não é apenas um palco de novidades, mas uma plataforma de conhecimento, relacionamento e oportunidades de negócios. Sempre buscamos oferecer repertório que ajude líderes do setor a tomar decisões melhores”, disse.

Segundo Tsukuda, a inteligência artificial já deixou de ser tendência para se tornar uma realidade inescapável. “Não dá mais para escolher ficar fora da inteligência artificial. O líder pode decidir como usá-la, mas não pode decidir ignorá-la”, alertou. Em sua avaliação, a tecnologia tem o potencial de democratizar ferramentas que antes estavam restritas a grandes empresas e programadores, ampliando as possibilidades para negócios de diferentes portes.

O debate também abordou os efeitos da pandemia, que acelerou a digitalização do varejo e consolidou o comércio unificado. Os especialistas destacaram que novas gerações exigem experiências mais integradas e fluidas, em que barreiras entre físico e digital praticamente desaparecem. Esse movimento, afirmaram, demanda do setor não apenas inovação tecnológica, mas também flexibilidade para se adaptar a comportamentos em constante mudança.

Com uma visão institucional, Daniel Catar, membro do Conselho de Administração da CCIFB, trouxe sua expectativa para a estreia da NRF na Europa. “Esperamos que empresas estrangeiras possam vender para empresas nacionais, e que empresas nacionais possam vender para elas. Mais adiante, esperamos que mais empresas possam produzir bens”, declarou. Para ele, o evento abre espaço para fortalecer a integração comercial entre o Brasil e o Velho Continente, ampliando parcerias e oportunidades de negócios.

No encerramento, os organizadores reforçaram o convite para que empresas brasileiras participem da NRF Paris, ressaltando que a presença no evento será uma oportunidade de acompanhar de perto as transformações que estão redesenhando o varejo mundial.


Confira algumas imagens do evento e a gravação na íntegra.

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