São Paulo Webinar
Hackeando o VivaTech – Um roadmap da inovação aberta
Webinar aborda inovação e estratégias para empresas e profissionais aproveitarem ao máximo um dos maiores eventos de tecnologia e inovação da Europa.
No dia 6 de março, a Comissão de Comunicação & Marketing promoveu o webinar “Hackeando o VivaTech – Um roadmap da inovação aberta”. O palestrante convidado foi Roberto Abramovich, Dir. Master APP Digital Marketing, Innov. & Entrepreneurship e professor da ÉSEG School of Management, que apresentou conceitos de marketing, inovação aberta e atualidades de programas de inovação envolvendo o Brasil, a França e a Europa e compartilhou dicas para tirar o melhor proveito para os negócios e carreira no VivaTech 2024.
O evento teve a mediação do Líder da Comissão, Jean Saghaard, e do vice-líder, Jefferson Charlot-Nicolas.
Realizado anualmente em Paris, o Viva Technology, ou VivaTech, é um dos maiores eventos de tecnologia e inovação da Europa. O evento reúne startups, empresas de tecnologia, investidores e líderes globais para discutir e apresentar as últimas tendências e inovações no mundo da tecnologia. Este ano, o VivaTech está programado para acontecer de 22 a 25 de maio. Durante esses dias, os participantes terão a chance de conhecer as startups mais promissoras, descobrir novas tecnologias disruptivas e participar de discussões sobre o futuro da inovação. O evento é uma excelente oportunidade para empresas e profissionais que desejam estar na vanguarda da tecnologia e se conectar com os principais players do setor.
Compreensão do mercado - Para Abramovich, a inovação, especialmente quando se refere ao ambiente de trabalho, exige entender necessidades e tentar satisfazê-las conforme as características do mercado: “muitas vezes as empresas e pessoas esquecem que não é só uma questão de seu produto ser legal ou não, mas de onde está o mercado que ele merece estar e com quem que é preciso falar para saber aonde ir”. Nesse contexto, compreender as mudanças tecnológicas e as novas propostas de valor é fundamental. Ele cita o exemplo da Nokia, uma empresa líder que desapareceu do mercado de mobile em apenas 12 anos por não ter compreendido o contexto que se transformava rapidamente. O mercado competitivo precisa de pessoas que tenham diferentes ângulos de visão, e consigam desenvolver novos produtos, processos e propostas de valor. O desafio nisso tudo, segundo ele, é atender as demandas dos clientes e se diferenciar ao mesmo tempo.
O palestrante também falou sobre as diferentes abordagens das empresas em relação à inovação, desde aquelas que são proativas e rápidas na resposta até aquelas que são mais reativas e focadas apenas nas demandas imediatas dos clientes. “Muitas empresas são ativas, desenvolvem tecnologias e são rápidas na resposta. Outras têm estratégias de copy-paste e estruturas mais enxutas, mas ainda assim acompanham o que está acontecendo. O que não dá certo é a empresa ficar naquele eterno processo de pingue-pongue, ou seja, trabalhando apenas conforme a demanda. Fica uma conversa meio tediosa, sem uma estratégia de inovação que vai além do que se pede”, observou.
Oportunidade de negócios e networking – É preciso que empresas e profissionais estejam atentos às demandas de mercado e ao desenvolvimento tecnológico para implementarem estratégia de inovação aberta. “Essas duas vertentes vão ajudar a identificar oportunidades e superar barreiras de conhecimento e execução”, afirmou Abramovich. Ele também mencionou que cada empresa tem seu próprio estágio de desenvolvimento, sendo importante entender isso ao considerar participar de eventos como a VivaTech. “O evento é uma oportunidade para acompanhar as tendências do mercado e acessar conteúdos específicos sobre vários temas, como smart cities, sociedades futuras, ecossistemas, startups e tecnologias emergentes, como inteligência artificial e tecnologias profundas (deep tech), games e climatech.”
O convidado destacou a importância da VivaTech como um evento que oferece insights sobre as tendências e discussões atuais, além de proporcionar oportunidades de networking e parcerias comerciais. “O VivaTech não é apenas uma feira de inovação, mas também uma plataforma para desenvolver relacionamentos comerciais e gerar tração para projetos. Há uma questão de desenvolvimento de parceria. No mundo virtual e híbrido, não se conhece as pessoas efetivamente. Então, para encontrar aquela pessoa e aquela empresa que podem contribuir para os meus negócios, eu tenho de investir bastante em relacionamentos. Às vezes, entrar em um stand não surte tanto efeito quanto frequentar eventos paralelos, por exemplo. O trabalho em equipe, o networking, a interação com incubadoras e organizações de suporte, bem como a oportunidade de interagir diretamente com clientes e potenciais clientes em eventos, podem fazer a diferença.”
Ecossistema de negócios – Abramovich sublinhou a importância de diversas entidades no ecossistema de negócios entre Brasil e França, como a Câmara de Comércio da França no Brasil e a Câmara de Comércio do Brasil na França. Ele também mencionou a atuação da Apex, agência brasileira que fomenta a exportação e a internacionalização de empresas. Além disso, abordou a relevância de grupos de diáspora, como o França Brasil Empreendedores (FBE), que promovem a colaboração entre brasileiros e franco-brasileiros no ambiente de negócios. Segundo ele, também é importante compreender as diferenças culturais ao ingressar no ecossistema europeu. “Os brasileiros tendem a socializar antes de fazer negócios, enquanto os franceses costumam ser mais diretos em suas interações profissionais”, lembrou. Por fim, a BPI (Banque Publique d'Investissement) e a Business France foram mencionadas como entidades importantes para investimentos e suporte a empresas iniciantes na França.
Inovação como centro do negócio – Já abrindo para perguntas ao público do webinar, Abramovich enfatizou que, para estruturar a inovação de um negócio, é crucial que a empresa alinhe suas metas à visão do CEO. “A inovação deve ser tratada como parte fundamental do negócio, focando em gerar vendas, novos produtos e oportunidades”, disse. “A estrutura de inovação só é necessária quando a empresa já está ocupada com as demandas atuais e as de um futuro próximo. Muitas vezes os cases de sucesso surgem de observações e iniciativas externas à empresa. É importante aprender com 'solucionadores' e 'hackers' que criam soluções para problemas específicos, mesmo que esses problemas ainda não sejam amplamente reconhecidos”, acrescentou.
O palestrante enfatizou a importância de abordagens mais experimentais e baseadas em design thinking para a inovação, destacando a necessidade de mapear as dores e motivações dos consumidores. Ele também mencionou a importância de se criar uma oferta de valor e manter proximidade com o mercado e os clientes. Perguntado sobre eventos de inovação no Brasil, ele respondeu que, embora o WebSummit e outros eventos sejam úteis, o país não possui eventos que ofereçam o mesmo nível de profundidade que a VivaTech, principalmente devido à sua posição periférica no cenário global de tecnologia.
Finalmente, ele ressaltou que as empresas que buscam crescer comercialmente precisam ter boa estratégia de conteúdo, com uma página bem construída, pontos de contato claros e materiais de engajamento. Além disso, mencionou a relevância de participar de eventos de conexão, que podem criar oportunidades vantajosas para os clientes em potencial.