São Paulo
TI como ferramenta ESG nas empresas é tema de palestra das Comissões de Tecnologia e Inovação e de Bioeconomia da CCIFB
‘Tecnologia da informação é ator importante para se alcançar sustentabilidade e planejar ações’, diz Filipi Baggiotto, da Capgemini
Para discutir a jornada ESG dentro das empresas – e como a tecnologia da informação é uma ferramenta importante para as empresas gerenciarem e planejarem ações – as Comissões de Tecnologia e Inovação e de Bioeconomia da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB) realizaram, no dia 15 de agosto, o webinar ‘A tecnologia como aliada na redução de emissões de carbono’.
A mediação da palestra foi feita por Marcio Tabach, líder da Comissão de Tecnologia e Inovação, que ressaltou a importância da divulgação do tema para ajudar os associados da Câmara a colocar em prática ações de sustentabilidade.
O evento contou ainda com a participação de Fernando Tabet, líder da Comissão de Biotecnologia, que apontou o desafio para se alcançar as metas da ONU para a manutenção da temperatura global: “A participação de especialistas em tecnologia da informação é importante para discutir ferramentas para obter melhoria da qualidade ambiental”.
O convidado para o webinar foi Filipi Baggiotto, delivery executive da Capgemini, empresa especializada no desenvolvimento e fornecimento de produtos e serviços de TI e sustentabilidade. O grupo está presente em 44 países e conta com mais de 360 mil funcionários.
“Além de ser um setor que, por si só, gera muito impacto dentro das empresas, a TI é, cada vez mais, um ator muito importante de transformação, que ajuda as companhias a terem operações e serviços mais sustentáveis”, disse Baggiotto.
O executivo explicou que a tecnologia da informação é um poderoso aliado na coleta de dados para a produção de relatórios de sustentabilidade. Ao mesmo tempo, afirmou que o ESG não pode se limitar a esses informes, que têm um ciclo de vida muito extenso.
“Um marco anual é ótimo, identificar e coletar dados que podem ser úteis para o mercado. Mas as informações podem ser muito mais úteis como insights para as empresas se coletados com frequência e comunicados com maior robustez para os relatórios. Assim, se tornam insumos para a tomada de ações estratégicas e de sustentabilidade, insights para operações, produtos e serviços e para habilitar simulações”, disse o palestrante.
Segundo ele, a chave é criar uma camada de inteligência para os dados de sustentabilidade, para que a governança do ESG fique mais forte, confiável e transparente.
Entre as ferramentas disponibilizadas pela Capgemini está o Data Hub para ESG, que busca dados espalhados dentro da companhia – e depois consolida as informações de acordo com indicadores, ações para se atingir metas, fluxos de trabalho e responsáveis.
Baggiotto disse ainda que, atualmente, a maioria das grandes e médias empresas têm consciência da importância da sustentabilidade em seus negócios. O próximo passo, aponta, é saber como realizar ações para diminuir o impacto ambiental e atingir as metas traçadas por governos, organizações internacionais e as próprias empresas.
“Existem leis no Brasil, mas ainda não temos um arcabouço claro de normas e práticas que as empresas devem cumprir. Estamos em um momento de descoberta e consolidação dessas leis, que vão tornar inevitável ter transparência. Em breve serão previstas sanções. Além disso, é comum investidores decidirem ações com base nas ambições de sustentabilidade das empresas. E ainda temos 30% dos clientes dispostos a pagar mais por produtos e serviços que têm um viés de sustentabilidade”.