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Brasil e França olham juntos para o futuro
Confira o artigo do Presidente da CCIFB-RJ, Patrick Sabatier, publicado no jornal O Globo
O presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros chefes de Estado que ligou para parabenizar o recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Mais do que uma simples cortesia, esse gesto é um símbolo de uma relação centenária de amizade e cooperação entre os dois países, que se expressa por meio da cultura, do esporte, da ciência, da educação e da economia. No âmbito econômico, os números são inequívocos: as empresas francesas já investiram mais de US$ 32 bilhões no Brasil.
Trinta e nove das 40 empresas do CAC40 (o principal índice da Bolsa francesa) estão presentes aqui e integram um ecossistema de mais de mil francesas que decidiram abrir subsidiárias neste país continental. Juntos, esses grupos empregam mais de 500 mil pessoas. E vale mencionar que uma empresa francesa, Carrefour, é a maior empregadora do Brasil.
Podemos apostar a partir de agora no aquecimento da relação institucional entre os dois países, que viveram na década passada uma lua de mel, com a parceria estratégica selada no acordo de transferência de tecnologia francesa para a produção, no Rio de Janeiro, de submarinos, incluindo um com propulsor nuclear. E vários outros setores têm um grande potencial de parcerias entre as duas nações: indústrias de cleantech, relacionadas com transição energética e cidades sustentáveis e inteligentes; o agrotech; e o setor de inovação na área de serviços. Nessas áreas, os dois países têm muito para colaborar e crescer juntos.
A França, sexta economia e soft power do mundo, tem também muito para oferecer a empresas brasileiras que queiram colocar um pé na Europa. Existe, por meio da Business France, uma rede no Brasil e nas diversas regiões francesas pronta para ajudar os empresários daqui a encontrar as melhores condições para investir na França.
Não é coincidência, portanto, que este ano a Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro, tenha escolhido homenagear um ícone do futebol carioca e brasileiro, o ex-jogador Paulo Cézar Lima, como o laureado da 22ª edição do Prêmio Personalidade França-Brasil. Em São Paulo, o escolhido foi o embaixador Sérgio Silva do Amaral. Ídolo no Rio e em Marselha, onde jogou, Paulo Cézar representa mais do que ninguém a história de amizade entre nossos dois países.
E falando dessas duas cidades, temos novidades: há um projeto em construção para aproximar o Rio de Janeiro, que já é cidade-irmã de Nice, da região Sul da França, exatamente onde ficam Nice e Marselha. A ideia é promover a cooperação em áreas como cidades e portos inteligentes, segurança, sustentabilidade, tecnologia e inovação, indústria criativa e turismo. Além disso, demonstraremos o potencial de atração do Rio para investimentos franceses, e colocaremos em destaque que essa região francesa pode ser um porto seguro para empresas brasileiras que desejam investir na Europa e na bacia do Mediterrâneo.
Abrem-se novos ares para as centenárias relações entre França e Brasil. E o momento pode ser usado, entre outros objetivos, para fortalecer os laços econômicos e estratégicos entre nossas nações, em particular para dois temas fundamentais para o planeta, como sustentabilidade e tecnologia.
*Patrick Sabatier é presidente da Câmara de Comércio França-Brasil.
Fonte: O Globo. Para acessar, clique aqui.