Rio de Janeiro Entrevistas
Fundação Laço Rosa lança campanha de Crowfunding para financiar exames de mamografia

Iniciativa reforça a importância do cuidado e da solidariedade no combate ao câncer de mama.
Neste mês de outubro, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) realizou a publicação de um panorama do câncer de mama no Brasil. A nova edição traça o retrato detalhado da doença no país, incluindo dados sobre incidência, mortalidade, fatores de risco, prevenção, acesso a exames e tratamento.
Segundo o levantamento, são estimados 73.610 novos casos em 2025, tornando a o câncer de mama a principal causa de morte por câncer entre as mulheres.
Diante de números tão significativos, a campanha Outubro Rosa se torna cada vez mais importante para contribuir com a prevenção e diagnóstico precoce da doença.
Apesar de contar com diversas iniciativas de combate, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades de acesso ao tratamento, além das implicações a saúde mental, como perda da autoestima e até dificuldades profissionais.
Com o objetivo de ter um olhar mais completo sobre tudo que acontece na vida da mulher com câncer de mama, que foi criada em 2011, a Fundação Laço Rosa, que promove ações de conscientização, apoio a pacientes, capacitação profissional, doação de perucas, e educação para prevenção.
A mais recente ação da Fundação disponibilizou, neste mês, mais de 3 mil mamografias gratuitas no caminhão mamógrafo, que percorreu uma rota entre Rio de Janeiro e São Paulo.
A equipe da CCIFB-RJ realizou uma entrevista com a Fundadora, Marcelle Medeiros, que contou como surgir a ideia da iniciativa e quais são os principais desafios nessa missão.
Como surgiu a Fundação Laço Rosa e qual foi a motivação principal por trás da sua criação?
A Laço Rosa surgiu de uma história pessoal, quando a minha irmã mais nova, Aline, grávida do primeiro filho aos 32 anos, descobriu o câncer de mama. A partir daquele momento, a vida dela e de toda família mudou.
Entramos no universo oncológico e vimos uma disparidade de acesso imensa, o que nos fez questionar muitas coisas. A partir de tudo o que estávamos aprendendo, com o acesso que tínhamos a informações científicas, decidimos criar a Laço Rosa para devolver ao mundo o aprendizado que estávamos vivendo.
E lá se vão 14 anos dessa jornada.
Desde o início, qual você diria que foi o maior desafio enfrentado pela Fundação?
A captação de recursos para manter os projetos sociais e as iniciativas de Advocacy.
Quais são os principais projetos e iniciativas que a Fundação desenvolve atualmente?
O caminhão mamógrafo, que esse ano vai doar mais de 3.000 exames de mamografia pelo Brasil.
A escola de perucaria que forma pessoas de áreas de vulnerabilidade como peruqueiros profissionais.
O Ponto a Ponto, escola de corte, costura e economia circular, que forma alunos a partir de reaproveitamento de resíduos têxteis.
Além do apoio emocional, de que forma a Fundação contribui para a reinserção social e profissional das mulheres após o tratamento do câncer de mama?
Com a curadoria de informação segura, apoio jurídico gratuito e fomento a políticas públicas.
O Outubro Rosa é um mês de grande visibilidade para a causa. O que a Fundação Laço Rosa considera essencial para que essa campanha vá além do símbolo e gere mudanças reais?
A mobilização da sociedade para o cumprimento das políticas públicas e o engajamento de empresas para ajuda financeira de projetos sobre o tema.
Como a sociedade pode apoiar o trabalho da Fundação — seja com tempo, doações ou divulgação?
Neste mês temos uma campanha de crowdfunding para financiar a doação de exames de mamografia no próximo ano e toda ajuda é bem-vinda. No site Mamografia Salva , é possível fazer doações a partir de R$ 30,00 e ajudar a salvar uma vida!
Que mensagem você deixaria para as mulheres em relação à importância do diagnóstico precoce e do autocuidado?
O câncer de mama tem cura quando descoberto cedo e tratado no tempo adequado. O medo é a principal barreira feminina para o autocuidado.