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Gigante francesa Accor movimentará R$ 3 bi com 68 novos hotéis no Brasil

Estratégia de crescimento é cada vez mais baseada em franquias; setor vive bom momento

A multinacional francesa Accor, maior grupo hoteleiro do mundo, vai movimentar investimentos de R$ 3 bilhões com a abertura de 68 hotéis no Brasil ao longo dos próximos três anos, conforme dados compilados com exclusividade para a Coluna. Os aportes fazem parte da estratégia de crescimento da companhia, cada vez mais baseada em franquias. Nesse modelo, 90% dos valores desse cronograma serão desembolsados por investidores que já assinaram contrato para abrir hotéis com as marcas e o padrão de atendimento da rede francesa.

A Accor tem bandeiras de luxo - Fairmont, Mgallery e Sofitel - e outras marcas para os segmentos econômicos, intermediário, executivos e “moderninhos” - Ibis, Novotel, Mercure, Pullman, Tribe e Handwritten Collection, entre outras. No Brasil, são 325 empreendimentos em operação, o equivalente a 51,5 mil quartos. Metade é gerida por ela mesma, enquanto a outra metade está nas mãos de parceiros.

O objetivo deste modelo híbrido é acelerar o crescimento dos negócios e aproveitar o bom momento do setor hoteleiro nacional, que tem sido marcado pela ocupação e diárias em alta, além de expansão das atividades pelo interior do País. O agronegócio passou a ser a principal vertente de crescimento, com a demanda crescente de hospedagens profissionais em novos polos, especialmente no Centro-Oeste.

 

Agronegócio e turismo interno puxam expansão

“Queremos expandir o modelo de franquias e estamos vendo uma interiorização da hotelaria”, afirmou o vice-presidente sênior da Accor, Abel Castro. “Nos últimos dois anos vimos um desenvolvimento muito grande das rotas do agronegócio”, emendou, citando casos de cidades como Sinop (MT), Araxá (MG), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Petrolina (PE), por exemplo.

O desenvolvimento do turismo no interior também tem sido um motor importante de expansão da Accor. O dólar alto por muitos anos seguidos inibiu bastante a ida dos brasileiros para o exterior e fomentou o turismo local, com o amadurecimento de polos como Olímpia (SP), Foz do Iguaçu (PR), Bonito (MS) e Gramado (RS), entre outros.

O crescimento da economia brasileira (ainda que moderado) com baixo desemprego e aumento da renda também ajudaram. Tanto é que as diárias de hotéis cresceram na ordem de dois dígitos neste ano em comparação com o anterior, refletindo uma ocupação elevada dos quartos. “As cidades crescem, tem mais movimentação de comércio, serviços e pessoas”, observou Castro.
 

Ibis é carro-chefe do modelo

No modelo de franquia, o carro-chefe da Accor é a bandeira Ibis. A marca responde pela maioria das unidades a serem inauguradas nos próximos anos. Abrir uma unidade do Íbis custa em torno de R$ 20 milhões (edifício, mobília e afins, sem contar o terreno), o que tem atraído famílias de alto poder aquisitivo que buscam diversificar o portfólio de investimentos. “O Ibis é a primeira marca que vem à cabeça quando se fala em hotel. Ele cabe em Copacabana, na Avenida Paulista e nas cidades do interior”, comentou Castro.

Além dos investidores individuais, a Accor possui grandes parceiras franqueadoras como a Átrio (72 hotéis em operação e oito em desenvolvimento em parceria com a rede) e Souza Maria (17 unidades em operação e 10 em desenvolvimento em parceria com a rede).

Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/coluna-do-broad/gigante-francesa-accor-movimentara-r-3-bi-com-68-novos-hoteis-no-brasil/

 

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