Entrevistas

Grupo LVMH: Compromisso global com luxo sustentável

Redução de emissões, manejo natural nos vinhedos e apoio a comunidades da Amazônia estão entre as iniciativas do Grupo

Líder do mercado de luxo, o Grupo LVMH abriga marcas famosas como Möet et Chandon, Louis Vuitton, Christian Dior, Fendi, Bulgari, Tiffany e Sephora, oferecendo uma gama diversificada de produtos de alta qualidade, como champanhes, acessórios de moda, joias, relógios, perfumes e cosméticos.

As lojas e unidades em todo o mundo, incluindo escritórios, já seguem medidas para redução de consumo de energia elétrica, como a adoção de lâmpadas LED e o uso de aparelhos de ar-condicionado mais eficientes. Nos ateliers de alta costura, localizados na França, sobras de couro, tecidos e outros materiais são encaminhados para reaproveitamento em outras instituições.

Davide Marcovitch, Presidente do Grupo LVMH para a América Latina, Caribe e África, destaca que a sustentabilidade é uma pauta central para o Grupo. A LVMH colabora com a UNESCO no projeto "O Homem e a Biosfera" (MAB), um programa científico intergovernamental focado na preservação da biodiversidade. A ação faz parte do programa LIFE 360 da LVMH (LVMH Initiatives For the Environment), que se compromete a restaurar cinco milhões de hectares de habitat para a flora e a fauna em escala global, ao mesmo tempo em que busca minimizar o impacto ambiental de suas operações.

A LVMH também desenvolve importantes ações na agricultura. No Brasil, o grupo possui a vinícola Chandon, no município de Garibaldi, e, desde 2000, um vinhedo de 300 hectares, dos quais 120 em produção, localizado em Encruzilhada do Sul, ambos no Rio Grande do Sul. A propriedade tem sido pioneira em práticas sustentáveis na indústria vitivinícola brasileira, como a transição para o sistema de espaldeiras no cultivo de uvas e a redução significativa do peso das garrafas para minimizar o uso de vidro e as emissões de CO₂. Além disso, a Chandon foi a primeira vinícola de espumantes no Brasil a receber a certificação PIUP (Produção Integrada de Uvas para Processamento) de viticultura sustentável, em 2020, graças a práticas agrícolas responsáveis, como o manejo do solo com culturas de cobertura, a aplicação precisa de adubos orgânicos e a conservação da biodiversidade local. Marcovitch destaca também o cuidado com o consumo de água: “temos um sistema de irrigação que evita desperdício e é adaptado às necessidades de cada local onde temos vinhedos: Argentina, Austrália e Califórnia e, claro, o Brasil”. Ele ressalta, ainda, que não são usados defensivos agrícolas, ou seja, todo o manejo é feito de forma natural.

Ainda no Rio Grande do Sul, outro projeto relevante da Chandon é a parceria com a Embrapa e a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura) para a conservação do Butiá Odorata, uma espécie de palmeira típica do pampa gaúcho que está ameaçada de extinção. A previsão é de que 3 mil butiazeiros sejam plantados até o fim deste ano.

O grupo LVMH também é parceiro da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em iniciativas que combatem o desmatamento e promovem o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. “Apoiamos o empreendedorismo, a geração de empregos, o manejo sustentável e a proteção da biodiversidade no Rio Negro, Estado do Amazonas, em atividades que não trazem danos à floresta, como a produção de artesanato e a extração de óleos essenciais”, diz Marcovitch. “Além do suporte a pesquisas para a produção sustentável dessa matéria-prima para itens de luxo, a parceria com a FAS, numa área de 700 mil hectares na floresta, tem três pilares: (1) conservação de biodiversidade e ecossistemas, (2) educação e capacitação, e (3) cadeias produtivas sustentáveis”, acrescenta o presidente.

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