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UCB vai investir R$380 milhões em expansão de fábrica de baterias para armazenamento de energia

Objetivo é atender a demandas por backup, locais isolados ou remotos, sistemas ligados ao agronegócio e a possível demanda de equipamentos no leilão de Reserva de capacidade, previsto para ocorrer em agosto 

A fabricante brasileira de sistemas de armazenamento de energia UCB Power anunciou que vai investir R$ 380 milhões até 2028 para a expansão de suas atividades produtivas na fábrica de Extrema (MG) para a produção local de soluções de armazenamento de energia. A empresa pretende ampliar a fabricação da tecnologia conhecida como Sistema de armazenamento de energia de bateria (UCB Battery Energy Storage System-Bess, na tradução para o inglês), principalmente para atender a demandas por backup, locais isolados ou remotos, sistemas ligados ao agronegócio e mais recentemente a possível demanda de equipamentos no leilão de Reserva de capacidade, previsto para ocorrer em agosto.

O investimento será realizado em duas etapas. Na primeira fase, prevista para o período de 2024 e 2025, serão aportados R$ 40 milhões com capital próprio. Para a segunda fase, projetada para ocorrer entre 2025 e 2026, será alugado um terreno para comportar a produção. A empresa deve usar também recursos do caixa da empresa, mas espera acessar também linhas de financiamento. Já as células continuarão sendo importadas, principalmente da Ásia.

Ao Valor, o CEO da empresa, George Fernandes, conta que a decisão de ampliar a produção já estava tomada, mas o anúncio de uma possível inclusão de sistemas de bateria no leilão surpreendeu o setor, por isso a companhia achou melhor antecipar o investimento.

“A gente foi pego de surpresa com o leilão e tínhamos que tirar o atraso. A fábrica é para mostrar ao mercado que estamos preparados (...). Somos favoráveis a parcerias no leilão e conseguimos entrar em parcerias com eólicas, solares e térmicas em geral”, afirma.

A inclusão de sistemas de baterias para armazenamento de energia no certame ainda é incerta. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a inclusão ocorreria, mas há dúvidas sobre a viabilidade, já que não há regulamentação no Brasil para isso.

Mesmo assim, a empresa tem notado a demanda do setor crescer, já que o casamento de baterias com energia eólica ou solar, por exemplo, permite que a energia gerada seja armazenada e consumida em momentos de maior demanda.

Este passo da UCB segue a tendência do mercado. A Moura também construiu uma fábrica em Pernambuco e WEG também está se posicionando nesta área. Fernandes acrescenta que há uma necessidade de ter mais produção no Brasil e tem a intenção de em até 3 anos ter uma unidade fabril na Europa para atender a produção local.

“Já existe demanda. Temos pipeline e dezenas de ofertas na rua”, diz. Visualizamos a produção local para atender o mercado brasileiro e América Latina. No começo da operação, exportando para Europa, mas a gente vislumbra a necessidade de investimentos fora do Brasil para atender outros mercados.

A empresa tem uma fábrica em Manaus, com foco em baterias portáteis. A planta de Extrema é uma fábrica de armazenamento mais complexa. O aporte tem o apoio da Invest Minas, agência de promoção de investimentos do Governo de Minas Gerais, e do Governo do Estado de Minas Gerais por meio de incentivos fiscais e financiamento de linhas de crédito especial.

Por Robson Rodrigues

Fonte: Valor Econômico

valor.globo.com/empresas/noticia/2024/04/24/ucb-vai-investir-r-380-milhes-em-expanso-de-fbrica-de-baterias-para-armazenamento-de-energia.ghtml