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Estudar na França: desafios, oportunidades e cultura

Comissão de Comunicação & Marketing da CCIFB-SP organizou evento com dicas e informações sobre cursos, visto e mercado de trabalho

A Comissão de Comunicação & MKT da CCIFB-SP realizou, no dia 10 de junho, um evento híbrido com o tema "Tudo o que você precisa saber para estudar na França: de cursos de língua à formação universitária". O encontro contou com a participação de Jefferson Charlot (Achievement Intercâmbios), Anyuli Pineda (Sorbonne – CCFS) e Jean Labeyrie (InLingua - La Rochelle), com moderação conduzida por Jefferson Charlot, também vice-líder da Comissão organizadora.

Os participantes destacaram o papel fundamental do idioma francês como porta de entrada para a imersão na cultura da França. Charlot explicou como o interesse pelo idioma pode se transformar em um conhecimento mais amplo, envolvendo áreas como moda, design, ciências sociais e tecnologia. Apesar desse potencial, afirmou, “o Brasil ainda aproveita pouco essa trajetória de aprendizado e acolhimento ao francês”. Ele também trouxe à discussão o conceito de soft power: “o estudante estrangeiro que passa um período na França volta para seu país de origem não apenas com um diploma, mas como um verdadeiro embaixador informal da cultura francesa”. Esse papel, segundo ele, é fundamental para fortalecer laços bilaterais e criar novas oportunidades de cooperação, evidenciando um dos grandes valores de estudar na França.

Anyuli Pineda, da Sorbonne, detalhou os cursos de Civilização Francesa (CCFS), que abrangem desde níveis básicos (A0) até avançados (C2), com opções presenciais e online. Ela explicou também os principais passos do processo de visto, como apresentação de passaporte, carta de aceitação, comprovação financeira e seguro-saúde, além da utilização da plataforma Études en France para facilitar a jornada do estudante estrangeiro.              

Jean Labeyrie, por sua vez, apresentou informações práticas sobre as universidades e escolas de negócios francesas. Ele comentou que, mesmo para estudantes que falam apenas inglês, muitas instituições oferecem cursos completos nesse idioma. Para aqueles que falam francês, há uma grande variedade de opções em instituições privadas de alta qualidade, bastante acessíveis.

O evento também abriu espaço para as questões práticas enfrentadas pelos estudantes. Após a chegada à França, eles precisam validar seu visto nos primeiros três meses junto ao órgão responsável (L'OFII), para comprovar sua presença no país. Só então podem se registrar no sistema público de saúde (CPAM). Por isso, recomenda-se uma cobertura temporária de seguro viagem. O visto estudantil garante residência legal, acesso ao ensino superior, permissão para trabalhar até 20 horas semanais e usufruir de serviços sociais, além da circulação pelo Espaço Schengen.

Labeyrie também destacou a experiência prática de enfrentar a burocracia e apresentou a escola Lingo, em La Rochelle, que oferece cursos de francês e preparação acadêmica como uma alternativa mais acessível e acolhedora, em comparação com grandes instituições como a Sorbonne.

Os palestrantes também destacaram que a França lidera mundialmente no acolhimento de estudantes internacionais que não falam inglês nativamente. Dados de 2013 mostram que o país recebeu mais de 400 mil estudantes não-anglófonos, um recorde na Europa. Universidades renomadas, como Sorbonne, HEC e ESSEC, atraem alunos de diversas nacionalidades, ampliando ainda mais o apelo da França como destino educacional.

Em relação ao mercado de trabalho, Charlot destacou que grandes empresas francesas presentes no Brasil — como Accor e L’Oréal — são importantes empregadoras. Dominar o francês, segundo ele, abre portas em setores como comércio, aviação, varejo, cultura e tecnologia, fazendo da língua uma vantagem prática que conecta diretamente aprendizado e carreira.

 

Assista a gravação do evento na íntegra:

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