14° Innovation & Tech Forum e 4° Prêmio de Startups CCIFB

Reunindo empresas associadas a CCIFB, empresas convidadas, scale-ups renomadas e representantes de startups concorrentes à premiação do dia, o evento realizado no La Fabrique foi cenário de debates e apresentações sobre a política de inovações nas empresas, seus desafios e suas soluções

 

A 14ª edição do Innovation & Tech Forum organizado pela CCI França Brasil de São Paulo foi realizada no último dia 20 de outubro reunindo empresas associadas à Câmara em torno de uma programação de apresentações e debates sobre inovações de última geração, desafios e soluções em uma era digital pós pandemia.

O evento foi presencial e ocorreu no La Fabrique, centro de inovação e aceleração de startups fundada por empresas associadas da CCIFB, e serviu de ocasião para a entrega do 4º Prêmio Startup, concedido pela Câmara.

O Presidente da CCIFB-SP, Pedro Antônio Gouvêa Vieira, impedido de estar presente por motivo de viagem, participou virtualmente discursando em um telão, dando boas-vindas aos participantes e formalizando a abertura do evento. Em seguida, também em participação virtual, o diretor da América Latina da Business France Brazil, Nasser El Mamoune, cumprimentou o público e destacou a importância do Fórum de Inovação e Tecnologia para gerar e aperfeiçoar ideias, discutir problemas e encontrar soluções para os desafios de inovação e de transformação digital, além de contribuir para estreitar as relações comerciais entre Brasil e França.

O primeiro dos dois painéis previstos na programação, intitulado “A inovação como pilar estratégico das organizações”, teve início com a chamada dos participantes ao palco pela Diretora Executiva Nacional da CCIFB, Paula Russomanno Frerejean.

Atuando como moderador, Frederic Donier, fundador e CEO da Crescendo Consulting e Diretor Tesoureiro Nacional da CCIFB, responsável pela bandeira transversal Inovação e Tecnologia, chamou a atenção para a importância do evento e destacou palavras-chave significativas dos discursos das empresas, entre elas a palavra “transformação”. “Não adianta apenas reunir, compartilhar a base. É preciso fazer acontecer as transformações e as inovações depois para contribuir com um mundo melhor, especialmente sermos atores desse tema da transição digital e da transição energética, que são as duas transições que estão moldando o nosso século”, disse. Ele observou que, sintomaticamente, ao mesmo tempo em que o modelo clássico de startup de baixa produtividade se esgotou, a expressão “cadeia de valor” passou a ser substituída por “ecossistema de valor”.

Primeiro painelista a se apresentar, o Diretor-Presidente da Engie Soluções no Brasil, Jacques-Olivier Klotz, mostrou dados ambientais que revelam a necessidade urgente de se realizar a transição de matrizes energéticas de origem fóssil para as de energia limpa, o que representa um grande desafio. Durante a pandemia, destacou Klotz, as emissões de CO² caíram 5%, índice que seria necessário se repetir anualmente durante 30 anos para que se atingisse a meta do Acordo de Paris. O executivo destacou as metas estabelecidas pelo Brasil em dezembro de 2020 na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, compromisso voluntário firmado pelos países signatários do Acordo de Paris) de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e depois em 43% até o ano de 2030. “Desse total, 16% de reduções de emissões virão da Eficiência Energética”, disse.

Inovação, simplicidade e paixão pelo cliente são valores cultivados pela Edenred para oferecer serviços e produtos relacionados a mobilidade, afirmou em sua apresentação Douglas Pina, Diretor-Geral da Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil. Tendo as pessoas como motivação, a empresa vive dedicada a captar novas megatendências da mobilidade. Entre as que já estão sendo monitoradas está a de que os motoristas deverão desaparecer a longo prazo, a mobilidade passará a ser mais compartilhada, os veículos passarão a ser hubs de dados e o transporte se tornará mais amigável com o meio ambiente. “Trabalhamos nisso no nosso dia a dia pensando e inspirados por uma coisa: as pessoas que amamos”, disse Pina.

Terceira expositora, a Sales Manager da Blablacar, plataforma de caronas de longa distância, Rafaelly Domingues, falou sobre a estratégia de inovação da empresa para promover novas experiências a seus usuários. Da ideia inicial de compartilhamento de carona de carro, a empresa passou a incluir trajetos de ônibus e se tornou uma plataforma multimodal presente em 22 países com 50 mil novos passageiros por semana. Entre os benefícios do modelo estão a redução de custo, o conforto e, no caso de carro, a conveniência do transporte porta-a-porta. “A conexão entre modais proporciona melhor acesso ao transporte e gera qualidade de vida; com menos assentos vazios nos veículos, há redução da emissão de gases de efeito estufa e a otimização reduz os custos do transporte”, disse Rafaelly.

No intervalo entre os painéis e antes do key note Speaker do fórum, ocorreu a apresentação dos 5 finalistas do 4º Prêmio CCIFB-SP Startup 2022. A competição tem como objetivo dar visibilidade às startups de impacto, atuantes e representativas no mercado, com vocação para internacionalização.

Em seguida, Rafael Segrera, presidente da Schneider Electric para a América do Sul, subiu ao palco para falar sobre os avanços da inovação na Schneider Electric Brasil e anunciar o key note speaker do fórum Luc Rémont. O vice-presidente executivo da companhia conduziu sua apresentação sob o tema “Inovação e transformação digital, perspectiva global de um grupo”. Abordando a necessidade de redução de emissões de carbono na atmosfera, Rémont apresentou o que seria a ‘equação para o futuro’ com uso de recursos digitais, para ganho de eficiência, eliminação de desperdício e otimização da ‘planta ao plugue’; e de outro lado, com o uso de eletricidade como vetor de descarbonização e como energia mais eficiente, sustentável, inteligente e verde. “Não precisamos ser perfeitos para resolver as mudanças climáticas. Nós só precisamos ser elétricos e nos mover de modo mais rápido na direção certa”, disse.

O segundo e último painel reuniu executivos em torno do tema “Como reforçar a colaboração corporate-startup no mundo pós-pandemia?” e foi moderado por Laurent Djoulizibaritch, General Manager Brazil da ExpertSender e French Tech Board Member.

Marina Finger, Business Manager do BNP Paribas, ponderou junto ao público presente e seus colegas de painel os motivos que levaram o tradicional banco francês partir para parcerias com startups em 2020. “Para a área Corporate trabalhar com uma startup é importante devido à estrutura do banco ser muito grande e por isso levar mais tempo para resolver determinados problemas”, disse. Segundo ela, o choque entre culturas sempre aconteceu pela diferença de estruturas das empresas e de suas características, mas trata-se de algo que vem mudando com o tempo, tendo havido um amadurecimento visível nos últimos anos, o que tem incentivado a criação de novos negócios. “Temos startups hoje no Brasil inteiro, como na área de análise de dados, em ferramentas de inteligência artificial e em compliance”, afirmou.

A apresentação seguinte foi realizada pelo Country Manager da Equativ, Khalil Yaghi. A empresa francesa de tecnologia e publicidade, uma plataforma utilizada para a compra de mídia em tempo real, é utilizada por anunciantes para a compra de espaços publicitários em locais como sites e assim exibirem seus anúncios. “Há muita dispersão de publicidade, no marketing e a dispersão alta gera danos financeiros e reputacionais de longo prazo”, disse Yaghi. Ele ainda observou que na relação entre empresas e startups é muito importante a disposição para experimentar. “É preciso abrir mão um pouco do controle para ajudar o surgimento de novas ideias. Quando uma empresa é muito global, é importante que ela não tire poder da startup. Em outra mão, é muito ruim quando a corporação basicamente entrega um template a ser preenchido”, disse.

LogTech criada em 2018 dentro do grupo da Ticket, a Freto surgiu no contexto de suprir as ineficiências da cadeia logística. Para isso, foram mapeadas as dificuldades e ineficiências em suas operações, como a perda de tempo dos embarcadores para encontrar o transportador ideal e, do outro lado, os caminhoneiros muitas vezes rodando vazios sem rentabilizar seus ativos por dificuldade em encontrar carga. Foi a partir desses estudos que a Freto foi desenvolvida como solução inovadora que conecta o caminhoneiro diretamente com o embarcador, pautada pela digitalização e com o propósito de simplificar a logística rodoviária. Segundo Thomas Gautier, CEO da Freto, a empresa cresceu e se tornou um dos principais marketplaces de negociação de cargas do mercado e broker digital, e a única plataforma de match do setor. “Esse crescimento foi tão grande que transformou a Freto em uma empresa independente do grupo Ticket e com acionistas diversificados, ganhando autonomia para pensar em projetos, atrair novos investidores e alavancar seu próprio desenvolvimento.”

A 14ª edição do Innovation & Tech forum foi encerrada com o anúncio do vencedor do 4º Prêmio Startup. A empresa escolhida pelos jurados foi a Solubio, empresa de biotecnologia sediada em Goiás. “É interessante que temos vários bioinsumos e um deles, o mais vendido, é produzido a partir de uma cepa originária da França, uma coincidência feliz. E agora que vamos fazer negócio na França vai ser muito bacana. Estamos entrando em uma nova fase”, disse o diretor Juan Acosta.

 

Assista o fórum na integra: https://www.ccfb.com.br/publicacoes/ (Conteúdo exclusivo para associados).

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