Um levantamento da Mercer Marsh Benefícios constatou que a assistência médica é o terceiro bem mais desejado pelos brasileiros e que 95% dos entrevistados consideram um fator decisivo na escolha do emprego. Por outro lado, é a segunda maior despesa da empresa, depois da folha de pagamento. “Além de cuidar da saúde do trabalhador, esses benefícios também aparecem como uma ferramenta estratégia da empresa para atrair, reter e empoderar seus talentos”, explica Mariana Dias Lucon.
A responsável pelas áreas de consultoria, produtos e comunicação da Mercer Marsh esteve na Comissão do Mundo do Trabalho da Câmara de Comércio França-Brasil para falar sobre tendências em gestão de benefícios e inflação. A convidada apresentou a pesquisa anual de benefícios corporativos realizada pela companhia, com 690 empresas de diferentes segmentos, que empregam cerca de 1,7 milhão de pessoas, sendo que 66% delas têm faturamento superior a R$ 100 milhões por ano.
Mariana orienta que não é possível começar nenhum programa de perfil de saúde sem conhecer a população interna, que são os colaboradores. O próximo passo é avaliar como melhorar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Para um programa neste âmbito ser bem sucedido, a palestrante diz que não basta aplicar uma série de ações isoladas.
A pesquisa em questão identificou que apenas 24% das empresas podem ser consideradas detentoras de um programa estruturado de saúde e bem-estar. “O que existe hoje normalmente é um plano de doenças e nós precisamos mudar esse foco para que ele se volte à atenção primária da saúde e aos cuidados”, opina. Ela sugere que empresas e empregados trabalhem juntos para propagar essa informação.
Em relação à inflação médica, a diretora diz que os custos médicos são altos no mundo todo. De acordo com o relatório internacional Medical Trends Around the World feito pela Mercer Marsh, o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking global, com uma inflação estimada em 15,4%, atrás apenas da Argentina com 26,0% e do Egito, com 20%. O levantamento avaliou 62 países.