Brasil em 2022: inflação acelerada, juros altos e real subvalorizado

As perspectivas de crescimento para a economia brasileira estão em torno de zero a 0,5% em 2022. O aperto monetário via aumento das taxas de juros deverá continuar forte no ano que vem em razão dos índices de inflação continuarem acelerados. Esses fatores deverão manter o real subvalorizado e o contínuo processo de deterioração da renda da população.

 

As previsões são dos economistas Octávio de Barros, Vladimir do Vale e Gustavo Arruda, membros do comitê Observatório Econômico da Câmara de Comércio Internacional França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP), em reunião realizada no dia 8 de dezembro de 2022. O último encontro do grupo foi no dia 20 de maio.

 

Octávio de Barros, vice-presidente da CCIFB-SP, aponta que a inflação é o grande tema da economia mundial. O excesso de liquidez e os gargalos das cadeias de fornecimento são aparentemente as causas principais desse processo de elevação global dos preços. Outras tendências internacionais são a descarbonização da economia, a inclusão social e a presença estatal maior no mercado.

 

Vladimir do Vale, do Credit Agricole, acredita que o processo inflacionário, no mundo e no Brasil, é algo transitório, uma vez que parece motivado pelos preços relativos, pressões cambiais e crises de oferta. Essa é a razão pela qual o economista acredita que o Banco Central está certo no aperto monetário. Todavia, isso vai produzir percalços sérios no crescimento econômico brasileiro.

 

Gustavo Arruda, do BNP Paribas, informa que a longo prazo a sustentabilidade fiscal do Brasil parece comprometida. Uma pressão que deverá levar a debates sobre eventuais modificações na emenda constitucional de Teto de Gastos. O economista avisa que o principal desafio da economia brasileira é mostrar que é capaz de se desenvolver. Afinal, o País não cresce há 10 anos, enquanto o mundo cresceu 30% em média nesse mesmo período.

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