Os possíveis cenários para as eleições 2022

Veja as análises de Alon Feuerwerker durante live do Canal Aberto CCIFB sobre a atual conjuntura política 

 

No quadro político atual, o presidente Jair Bolsonaro segue com apoio no Congresso Nacional e de parte da sociedade (30% de avaliação como ótimo ou bom – de acordo com a Pesquisa Data Folha), mas enfrentará um forte desgaste em razão do alto índice de mortes no País em decorrência da pandemia de Covid-19. A avaliação é de Alon Feuerwerker, Diretor de Política da FSB, convidado da live Canal Aberto CCIFB, realizada no dia 17 de março. 

O especialista acredita que “a vacinação tende a ganhar tração em abril, tanto pelo aumento da importação de vacinas quanto pelo início da fabricação própria do Instituto Butantan e da Fiocruz”, fator que impactará a opinião pública e as eleições 2022. 

Neste contexto, três outras variantes devem ser observadas: a elegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o resultado epidemiológico da vacinação até outubro do próximo ano, e como se constituirá a via alternativa de centro-direita que disputará as eleições. 

 

Eleições 2022

Para Feuerwerker, o antibolsonarismo tenderá a se acirrar até o período eleitoral. Caso se confirme a elegibilidade de Lula e sua candidatura, mesmo não sendo o cenário mais provável, é possível que o ex-presidente não vá para o segundo turno das disputas. 

“A tendência é o antibolsonarismo se acirrar e se tornar mais forte que o antipetismo. O que não significa que será o PT a ganhar as eleições de 2022. Podemos considerar ter o cenário em que o partido não irá disputar o segundo turno. É um quadro possível, apesar de não ser o mais provável. Nesse caso, podemos ter o PT como apoio a outro candidato em uma disputa contra Bolsonaro”, avaliou. 

O especialista descartou a perspectiva de formação de uma frente ampla para oposição ao atual presidente. “Quando se abre a possibilidade de derrotar Bolsonaro, isso irá aquecer a disputa do outro lado, ou seja, qual candidato poderá disputar com ele o segundo turno. O centro se formará na perspectiva de derrotar a esquerda e se apresentar como antibolsonarista”, analisou. 

 

As Reformas e a economia

De acordo com Feuerwerker, a economia mostra sinais de reação, especialmente na indústria e no agronegócio. É necessário avaliar como os lockdowns e outros aspectos da pandemia de Covid-19 irão impactar o cenário econômico. Outro ponto a observar é como será a evolução a curto e médio prazo da geração de empregos. Em alguns ramos, como construção civil, ele avalia que este estímulo é forte, mas em outros, a exemplo do comércio e de serviços, o crescimento expressivo é menos provável. 

No âmbito das reformas, a previsão é otimista.  “As reformas devem caminhar até 2022. Os líderes do chamado ‘centrão’ perceberam que têm um espaço político a ser ocupado por uma força que atue como garantidora das reformas liberais e de mercado no Congresso Nacional. A perspectiva da reforma administrativa é melhor do que a tributária, mas ambas são boas”, finalizou. 

As lives do Canal Aberto CCIFB promovem interações com analistas políticos, econômicos, especialistas de diferentes áreas e autoridades da França e do Brasil. Os encontros online visam contribuir para o debate, a troca de experiências e o aporte de conteúdo. Acompanhe nossa agenda de eventos e saiba mais. 

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