Em parceria com Agence France-Presse, evento debateu melhores práticas de combate à desinformação
“As empresas podem ser alvo de notícias falsas, cabendo a cada uma a responsabilidade de transmitir transparência e confiança”, afirmou Xavier Leclerc, Coordenador da Comissão Digital ao mediar o encontro que debateu fake news e os riscos para negócios e marcas, realizado em parceria com a Agence France-Presse (AFP), apoio da MOX Digital e Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), na Mediateca do Consulado da França no Rio de Janeiro. O evento reuniu profissionais da área Digital e de Comunicação, jornalistas e executivos para discutir impactos e melhores práticas no combate à desinformação.
Elodie Martinez, Coordenadora da célula de Fact-Checking da AFP América Latina, explicou como funciona o serviço de checagem de fatos desenvolvido na agência. Diariamente, uma equipe exclusivamente dedicada verifica conteúdos virais da web e fatos importantes ligados a acontecimentos políticos, como falas de autoridades e divulgação de dados. No caso da desinformação e riscos para empresas, ela alerta: “Cada minuto conta no impacto gerado à imagem da empresa, o importante é ter agilidade na checagem, divulgação de informação e disponibilidade de um porta-voz.”
Estudo mostra líderes brasileiros preocupados com notícias falsas
No contexto empresarial, Hamilton dos Santos, Diretor Geral da Aberje, destacou que os representantes de empresas estão cada vez mais sendo convidados a participar do debate público, o que aumenta a atenção no monitoramento e na forma de divulgação de informações por parte de grupos empresariais e de suas lideranças. Ele destacou um estudo da Fundacom realizado em 2018, que abordou pela primeira vez o tema fake news e confiança. A pesquisa foi realizada em 11 países da América Latina, englobando 2.575 profissionais de comunicação. O Brasil lidera o ranking de países mais preocupados com o tema, seguido por México e República Dominicana. “Fica muito claro que o entendimento sobre fake news é que por um lado elas existem para alimentar um rede de atração de cliques e por outro há o viés ideológico. Ambos devem ser levados em conta pelas empresas no combate a essa prática”, afirmou.
Coca-Cola destaca projeto #Éboato
Marina Peixoto, Diretora de Comunicação da Coca-Cola da Brasil, apresentou cases da empresa focados no combate à desinformação e no desenvolvimento de ações de resposta diante da disseminação de notícias falsas envolvendo a marca. A iniciativa #Éboato surgiu, com o suporte de monitoramento da área de relacionamento com consumidor, para criar canais de resposta online e conteúdos digitais voltados à propagação de informações da empresa a partir de fontes seguras. Um grupo multidisciplinar interno foi criado exclusivamente para se dedicar ao projeto. “Temos um conteúdo em formato e linguagem que desperta atenção do consumidor e pode ser divulgados nas redes, mas também temos na plataforma do projeto seções com textos mais explicativos, detalhando temas e dúvidas monitoradas”, explicou.