Brasil tem potencial de gerar 4,5 GW de energia a partir do lixo

O Brasil produz 210 mil toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos. Quase 50% dessa produção fica na região Sudeste e é praticamente coletada na íntegra. O problema é que apenas 60% desse lixo é destinado de maneira adequada. Aproximadamente 40% acaba indo parar em aterros e lixões inadequados.

A boa notícia é que surgem novas tecnologias para ajudar a resolver a questão do lixo. Uma delas é a geração de energia a partir do biogás. Estima-se que o potencial do Brasil é de 4,5 Gigawatts (GW) de produção de eletricidade a partir dos resíduos sólidos urbanos. Ou seja, em torno de 3% da capacidade total do Brasil de 160 GW.

As informações são de Jorge Elias, da empresa Foxx Hastec, que participou da última reunião da Comissão de Infraestrutura da Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP) no dia 3 de julho. O especialista veio tratar da Unidade de Recuperação Energética (URE) que a sua companhia desenvolve em Barueri.

A URE Barueri tem uma capacidade de tratamento de 870 toneladas por dia, com 20 Megawatts (MW) de potência energética e redução estimada de 900 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Pioneira no Brasil, a tecnologia utilizada é a termoquímica, a mais aplicada no mundo, que usa combustão com incineração.

O aproveitamento com a rota tecnológica termoquímica é de 400 kW/h a 750 kW/h por tonelada de resíduo sólido, enquanto com a rota biológica (que usa o metano gerado naturalmente em aterros sanitários ou por biodigestão em reator) o aproveitamento fica em torno de 50 kW/h a 200 kW/h. Além disso, a técnica utilizada na URE de Barueri permite a geração de energia próxima dos grandes centros de consumo e incentiva a reciclagem.

 

 

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