O que as empresas francesas Carrefour, Danone, Leroy Merlin e Accor acreditam é que a área de compliance deve estar absolutamente integrada a estratégia de ressignificação de ações e modelos de negócio no pós-pandemia. Essa foi a tônica da primeira reunião da comissão de Compliance da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB-SP), no dia 25 de março, liderada pela Chantal Pillet, do Carrefour, que reuniu um time de mulheres que estão liderando os desafios da área.
De acordo com Michelle Sá Lopes, gerente de Compliance da Leroy Merlin, um dos passos mais importantes pela companhia foi fazer uma divisão do time para atender da melhor forma possível os estabelecimentos da marca. O intuito, segundo ela, foi oferecer em tempo real informações com qualidade e segurança para tomada de decisão dos stakeholders. Ressaltou, ainda, que a decisão foi fundamental diante das mudanças constantes de decretos.
Magda de Castro Kiehl, senior vice-president Legal, Risk & Compliance South America da Accor Hotels, destacou a necessidade de reformulação do compliance durante a pandemia. Segundo ela, os esforços das áreas jurídica e de compliance foram triplicados. A Accor criou um manual específico sobre a COVID-19 para garantir a informação segura, além do lançamento da Newsletter Compliance.
Segundo Deise Sobreira, corporate Compliance Manager da Danone, no cenário global de pandemia, o medo e a insegurança são fatores que criaram um ambiente ideal para o aumento de fraudes. O modelo clássico Triângulo de Fraude está sendo ainda mais utilizado. Para ela, há uma pressão muito grande tanto para empresas quanto para os colaboradores. Uma boa prática indicada por Denise é manter uma agenda de política e treinamento efetiva, reforçar o código de ética, e saber que a proximidade é a palavra chave.
Chantal Pillet também destacou a importância do papel do compliance no auxílio do desenvolvimento de práticas corporativas para implementar o ESG, sigla que em português significa (Ambiental, Social e Governança), criado como uma métrica para avalizar o desempenho das empresas na nova conjuntura. As especialistas compartilham a ideia de que o compliance pode ajudar a criar os pilares, a desenhar o novo programa com foco em ESG, além de auxiliar no envolvimento das diferentes áreas da companhia.