Os avanços tecnológicos, oriundos da indústria 4.0, revolucionaram o modo de as indústrias se posicionarem no mercado, bem como seus métodos de produção.
Segundo projeções do Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023, realizado em agosto pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ocupações industriais deverão crescer, em média, 8,5% nos próximos cinco anos. Além disso, o estudo revelou que funções ligadas à tecnologia deverão empregar um maior número de pessoas.
A mudança na cadeia de produção é tão significativa que o Instituto de Transformação Digital (DTI) da Capgemini prevê que fábricas inteligentes poderão acrescentar até US$ 1,5 trilhão à produção global do setor industrial também nos próximos cinco anos. Essa projeção é resultante do chamado efeito “turbo-charge” da tecnologia inteligente, que permite que fábricas produzam mais enquanto reduzem custos.
Segundo o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, uma fábrica que possui tecnologia inteligente é um sistema de produção colaborativo totalmente integrado que responde em tempo real para atender às demandas e condições em constante mudança na fábrica, na rede de suprimentos e nas necessidades do cliente.
Partindo do fundamento básico da própria indústria 4.0, as fábricas inteligentes são fábricas que terão capacidade e autonomia para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção.
Em outras palavras, pode-se dizer que uma fábrica inteligente se beneficia de um efeito multiplicador, à medida que as tecnologias operacionais e de informação melhoram a eficiência produtiva.
Com tecnologias como a Internet Das Coisas , Big Data e Inteligência Artificial convergindo e se integrando à chamada tecnologia inteligente, cada vez mais países estão aproveitando essa gama de novas tecnologias em suas manufaturas.
Um estudo realizado pela Accenture, prevê que até 2024 a maioria das empresas aumentará o investimento em inovação tecnológica em até 25%.
Já um estudo divulgado pela Forrester em parceria com a SAP, indicou que 93% dos executivos usam pelo menos duas tecnologias disruptivas em seus negócios. Segundo esses executivos, a adoção de tecnologias inteligentes são fundamentais para o sucesso de seus processos de transformação digital e, portanto, fundamentais em seus negócios. As empresas estão cada vez mais conscientes que a sobrevivência no mundo digital depende da capacidade de inovar.
No que diz respeito à França, o investimento em tecnologia inteligente nas indústrias pode ser fortemente percebido.
Segundo o presidente francês, Emmanuel Macron, o país investirá U$1,8 bilhão em Tecnologia Artificial até 2022. Ainda de acordo com o presidente da França, o investimento fará parte de uma estratégia para alcançar gigantes americanos e chineses.
Macron acredita ainda que o investimento em tecnologias de ponta irá criar empregos, aumentando a influência de empresas europeias.
O Fórum Econômico Mundial destacou nove das fábricas mais inteligentes do mundo, considerando-as como “faróis” que iluminam os benefícios da indústria 4.0. Esses “faróis” são indústrias que implantaram de maneira abrangente as tecnologias inteligentes, mantendo as pessoas e a sustentabilidade no centro da inovação.
Entre as nove fábricas com tecnologia inteligente, está a Le Vaudreuil da Schneider Electric, empresa de gerenciamento de energia e automação, associada da CCIFB-SP.
Com base na tecnologia EcoStruxure da Schneider Electric, a fábrica utiliza diversas ferramentas digitais para aprimorar e controlar as operações. O EcoStruxure é uma arquitetura de sistema aberto, interoperável e habilitado para Internet das Coisas (IoT), conectando tecnologias operacionais com as mais recentes tecnologias da informação.
Ao entrar na fábrica, é possível observar o futuro da manufatura. Por exemplo, os mini datacenters armazenam localmente dados críticos, permitindo maior acessibilidade e controle de segurança.
Além disso, todos os pendrives USB devem passar por um terminal de descontaminação e sensores monitoram o maquinário para prever as necessidades de manutenção, ao invés de ter que reagir às mesmas.
A realidade aumentada da Le Vaudreuil acelera as operações e a manutenção, resultando em ganhos de produtividade de até 7%, enquanto as inovações de energia alcançam economias de até 30%. Essa fábrica não mostra apenas os benefícios de adotar tecnologias inteligentes, mas também a facilidade com que qualquer empresa pode começar sua própria jornada digital.
A fabricante de materiais francesa e associada da CCIFB-SP, Saint-Gobain, também é um exemplo de indústria francesa que utiliza tecnologia inteligente nas indústrias.
Por meio da inovação digital, a multinacional espera reduzir seu consumo de energia e, por consequência, suas emissões de carbono em 20% até 2025.
Para rastrear o consumo e o gasto, a Saint-Gobain utiliza um software baseado em nuvem do EcoStruxure. Essa ferramenta fornece uma visão integrada dos dados de energia e sustentabilidade, além de gerar insights sobre como economizar.
Desse modo, durante os últimos anos, a companhia economizou milhões de dólares por meio de tecnologias conectadas, ajudando-a a financiar mais pesquisa e desenvolvimento.
Assim como as demais unidades regionais da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB), a CCIFB-SP visa estreitar relações econômicas, financeiras, comerciais, industriais, científicas e culturais entre a França e o Brasil.
Desse modo, a unidade regional de São Paulo conta com um amplo portfólio de serviços para atender às necessidades de seus associados, e comemora o sucesso das mesmas.
Para a CCIFB-SP, o investimento de tecnologia inteligente por parte de suas associadas é uma excelente oportunidade para a valorização das indústrias francesas e futuras parcerias internacionais.