Voluntariado digital nas organizações

Como empresas e o terceiro setor têm adaptado ações e projetos diante dos desafios da pandemia 

As adaptações de programas de voluntariado para o formato digital, os desafios e as oportunidades no contexto trazido pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi tema do webinar da Comissão de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) da CCI França-Brasil Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto. 

O encontro foi realizado na data de celebração do Dia Nacional do Voluntariado, e reuniu representantes das áreas de RSE das empresas ENGIE Brasil e Michelin, além de convidados das organizações sociais Junior Achievement Rio de Janeiro e Instituto de Desenvolvimento e Gestão do Museu do Amanhã. 

“O voluntariado é uma forma de expressão da solidariedade, compromisso muito marcante neste momento. O terceiro setor passa por um período particular de desafios tanto na questão de recursos quanto de demandas, devido ao grande impacto  gerado no âmbito social. Temos no voluntariado digital um eixo de forte crescimento para as atividades de responsabilidade social empresarial nos dias de hoje e no contexto pós-pandemia”, ressaltou Rodrigo Santiago, Coordenador da Comissão de RSE e Sustentabilidade da Câmara, e Diretor de Relações Institucionais da Michelin para América do Sul.

Cristina Ribeiro, Responsabilidade Social Corporativa da ENGIE Brasil, contou que antes do período de quarentena, as atividades do Programa de Voluntariado da empresa aconteciam de forma 100% presencial. Parceiros disponibilizavam aos colaboradores da companhia atividades culturais e esportivas para participação junto aos jovens atendidos. Com a pandemia, dificuldades surgiram para adaptação das ações, como falta de acesso à Internet nos locais de atuação dos projetos e impactos sanitários, agravados em razão das iniciativas acontecerem em áreas de vulnerabilidade social.

“Entramos em contato com as ONGs parceiras e procuramos entender quais as dificuldades, desafios e demandas. O voluntariado digital surgiu dessas conversas. Entendemos que poderíamos dar suporte em atividades digitais e estruturação de ações”, explicou. 

Surgiram dessa forma as ações de voluntariado da ENGIE envolvendo campanhas para a doação de cestas básicas, EPIs e ações de voluntariado online. Colaboradores da empresa contribuem com seu tempo em atividades digitais, auxiliando nove ONG parceiras, seus beneficiados e funcionários das instituições por meio de palestras, ações de marketing, suporte administrativo, dentre outras atividades. 

Educação e Voluntariado 

Levar o voluntariado para dentro das empresas por meio de plataformas de EAD foi um dos tópicos levantados no debate. “Com a pandemia muitas empresas criaram plataformas bastante eficientes de treinamento e capacitação. O voluntariado precisa estar integrado a essas plataformas, conectado com as oportunidades de transformação digital das organizações”, analisou Graziella Castilho, Presidente da Junior Achievement Rio de Janeiro. Ela ainda lembrou a importância das ações de voluntariado estarem alinhadas de forma coesa dentro das companhias, passando pelas áreas de RSE, RH e Comunicação e Marketing. 

Museu do Amanhã: cultura e pertencimento

Fechado durante a quarentena, o Museu do Amanhã reabriu para visitações seguindo protocolos de segurança no início de setembro. A pandemia impactou os projetos de relacionamento comunitário com a vizinhança da instituição, e por essa razão todas as atividades estão reestruturadas. 

“Temos a missão de colocar a serviço da população o conhecimento que produzimos. O desafio foi manter esse serviço com qualidade e acesso para todos os públicos”, explicou Laura Taves do Instituto de Desenvolvimento e Gestão do Museu do Amanhã. 

De acordo com ela, a primeira medida foi adaptar a programação do Museu para o formato digital. Dessa ideia surgiu uma nova versão do projeto Entre Museus, iniciativa apoiada pela ENGIE Brasil que há três anos promove visitas de estudantes da região portuária à instituição e locais históricos da cidade. Com o nome de Entre Museus Hoje, a ação conta com apoio de educadores voluntários que gravam curtos vídeos contando um pouco da história de objetos do acervo. O material é distribuído a escolas e redes parceiras.

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